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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

O "toque" cirúrgico de uma criança!


Ontem à noite, ao aconchegar a minha Margarida de 5 anos na cama disse-me ela, por entre beijinhos e abraços...
"- Sabes, Mamã... Tenho saudades de quando esfregavas a tua cabeça na minha cara e estava lisinha, de quando te dava beijinhos na careca!"

Eu sempre assumi a minha doença, o meu tratamento e a minha careca! Os miúdos sempre acharam imensa piada ao facto de eu estar sem cabelo e, talvez porque para mim nunca foi drama, para eles também não... mas já há pouco mais de 1 ano que tenho cabelo - é bastante tempo!

Retomou...
 "- Sei que vais ficar chateada, mas eu sei que vais voltar a ficar carequinha e eu não vou ficar zangada contigo! Vou gostar tanto de te abraçar e de te dar miminhos quando estiveres assim, lisinha!"
Dei-lhe um abraço esmagador e respondi: "Zangada porquê? Fico feliz por gostares de mim de todas as maneiras assim como eu gosto de ti - SEMPRE!"

Aninhei-a, mais um pouquinho e sai do quarto. Mesmo a tempo das minhas pernas perderem a força e eu cair sobre elas.

São coisas de criança, claro! - Mas a clareza e a facilidade com que os nossos filhos conseguem ver o nosso coração para além das palavras é realmente tão fantástica quanto capaz de me deixar assoberbada!

Serei eu tão transparente ou ela tão cirúrgica???



quinta-feira, 17 de novembro de 2016

"Quando for Crescido!" Da Força do Amor à dura Realidade...

Anunciou ele hoje, solenemente, no alto dos seus 7 anos:

“ - Mamã, já sei o que vou ser quando for grande!”
“- O quê, meu Amor?” – questionei!

Respondeu:
“- Vou ser Médico! Quero descobrir a cura para a doença que tu tiveste. Quero que nunca mais tenhas dores, e quero que voltes a ser como eras antes.”

Engoli os rios que já queriam escorrer pelos olhos, e questionei ainda…

“ - Então, mas o quê que não gostas em mim agora?”

Ele pensou e respondeu:

“- Ó, gosto de tudo na mesma, Mamã, só não gosto que tenhas dores e vás tanto ao médico”.
Continuei a ajudá-lo no seu banho e disse a choramingar disfarçadamente (Mea culpa… não deu para disfarçar!)

“ – Pois, é uma chatice… mas olha, ir ao médico é bom, só tenho que ir lá para controlar a minha saúde e tu sabes que a mãe agora está bem… (acenou-me sorrindo que sim) A mãe adora ir às médicas dela, elas são amorosas. Tratam-me muito bem! É como ir ver amigas. Passamos tempos na conversa… e ainda tratam de mim, já viste que grande sorte?”

Responde ele a rir:
“Pois é, Tu adoras conversar!” e continuou ainda… “Quando eu for médico também quero ser assim, amigo e meigo para as minhas doentes. Vou tirar-lhes as dores nos braços, nas costas, nas maminhas e no coração. Não vai haver mais Mães doentes! E ainda as vou fazer rir e dar abraços!”

Fiquei toda ensopada, no meio do banho e das lágrimas, não resisti e dei logo um abraço ao futuro Senhor Dr.

Não sei se será Médico, se será oncologista, provavelmente está deveras influenciado… provavelmente muitos oncologistas o estiveram ao seguirem esta carreira. Não sei se irá curar “costas, braços e maminhas”, ou inventar a cura para todas as Mães do Mundo, mas são sem dúvida os meus filhos que curam o meu coração diariamente e me põe um gigante sorriso nos lábios!

Todos precisamos de algo que nos faça seguir em frente, que nos motive… para uma Mãe, para Mim… são os meus filhos.

Para o filho, provavelmente, a descoberta de uma cura para todas as Mães!